Como definir PRÓ-LABORE e quando sacar DIVIDENDOS
Você sabe a diferença entre pro labore e dividendos? De maneira resumida, pró labore é a remuneração do dono ou sócio que trabalha no próprio negócio. Os dividendos consiste no lucro que o negócio gerou e que, em algum momento estratégico, pode ser dividido entre seus sócios. Quer saber mais detalhes? Acompanhe mais esse artigo do @alemdocnpj e entenda melhor como definir pró-labore e quando sacar dividendos.
Pró-labore ou dividendos
O artigo de hoje vai abordar um tema de muita demanda no Instagram do @alemdocnpj, que está relacionado ao calculo do pro labore e o que são dividendos. Em uma breve leitura você vai ficar craque na diferença entre pró labore e dividendos e aplicar o conceito de maneira eficiente no seu negócio, auxiliando-o a decolar.
É importante destacar que por falta de conhecimento muitos empreendedores já começam seu negócio de maneira errada, confundindo os dois conceitos. É preciso saber como separar a PF e a PJ; e um dos pontos iniciais desse processo é definir o pró-labore e determinar o melhor momento para sacar dividendos. Se você não depende do dinheiro do seu negócio para sobreviver, ótimo, mas se por acaso precisar, defina um valor de pro labore o quanto antes e mantenha sua empresa navegando no mar da vida real.
Diferença entre pró-labore e dividendos
Já abordamos de maneira resumida ambos os conceitos, mas agora vamos destrinchar cada definição e nos aprofundar na parte prática para auxiliar você a definir qual o melhor pró-labore e quando sacar dividendos para sua pessoa física. Beleza? Vamos nessa.
Pró-labore o que é ?
Pró-labore ou prolabore vem do termo ‘pelo trabalho’, ou seja, remuneração que uma pessoa recebe pela prestação de um serviço. No empreendedorismo o pro labore é o salário de uma pessoa que trabalha no próprio negócio. Leve em consideração que, a partir do momento em que o dono (ou acionista/sócio) executa algum trabalho essencial para o funcionamento da empresa, ele precisa ser remunerado por isso.
Parta do princípio de que, se ele – o dono – não desempenhasse aquela função, outra pessoa teria que fazê-la; e claramente, precisaria receber pelos serviços prestados. Então, sempre defina um pró-labore, independente se você é:
– Dono/presidente do negócio
– Diretor(a) de operações
– Diretor(a) comercial
– CEO
Inclusive se você realiza a mesma tarefa que seus empregados, tecnicamente e obrigatoriamente você é um funcionário do seu próprio negócio e, por causa disso, precisa receber um pro – labore.
Importância do Pró-labore
Cuidado para não cair em armadilhas. Imagine que uma empresa possui 03 sócios que não determinaram pro-labore, ou seja, as três partes trabalham de graça (apesar de ser pra eles mesmo). Esse cenário é uma ilusão, porque o dinheiro vai ser contabilizado e criar uma falsa sensação de lucro; porque na verdade existem 03 pessoas trabalhando sem remuneração naquela empresa; no momento em que uma delas não poder exercer suas funções, outra pessoa terá que ser paga para trabalhar.
Portanto, se você é dono e trabalha no seu próprio negócio, tenha em mente que você também é um funcionário e como tal precisa receber um pró labore (salário) – apesar de sempre manter a visão de dono da empresa. Entender esse conceito é importante para estabelecer estratégias e processos que possibilitem que seu negócio, se preciso, funcione perfeitamente sem você. É o empreendedorismo da vida real.
Com esse entendimento fica mais fácil construir um negócio ‘para o mundo’ e alcançar uma visão mais ampla, perceber o poder das escalas, do crescimento e expansão empresarial, do lucro, etc; sem contar que propiciamos que outras pessoas também cresçam com a gente! Pra mim, essa deveria ser a meta de todo empresário.
Pró-labore como calcular
Agora que você já entendeu que trabalhar para seu próprio negócio o torna um funcionário do mesmo, é preciso entender como definir o cálculo do pro labore. O ideal é que seu pro-labore seja similar ao valor já praticado no mercado para um cargo com funções semelhantes às suas.
Então vamos supor que você seja um eletricista diferenciado, com técnicas inovadoras que não são praticadas por qualquer profissional, porém, existem pessoas no mercado que dominam as mesmas técnicas que você. Faça um levantamento, entenda quanto essas pessoas cobram pelos seus serviços e estabeleça um teto para pagar a você pelos mesmos tipos de serviços.
Mas é preciso encaixar esse pró-labore no tamanho e na capacidade financeira do seu negócio, ou seja, não adianta estabelecer uma meta alta se sua empresa não estiver faturando o suficiente para isso. Por isso é importante estabelecer, também, metas de crescimento do negócio e, consequentemente, metas de valorização do pró-labore.
Cálculo do pró-labore
Adequar seu pró-labore as métricas e valores de mercado torna a sua empresa em um negócio real, adulta e madura. E lembre-se de que, da mesma forma que não é aconselhável estabelecer um pró-labore alto sem faturamento adequado, manter uma pessoa altamente gabaritada recebendo pouco para desempenhar funções específicas também estabelece um cenário ilusório, um conto de fadas.
Portanto, se você acha que definiu um pró labore maior do que necessita, saque o valor totalmente e reinvista o dinheiro que sobrar na própria empresa. Parece que é a mesma coisa, mas não é, porque a empresa está pagando o salário adequado que pagaria para um profissional do mesmo gabarito que o seu; e recebendo, do dono, um investimento como sócio. Acredite, realizar essa divisão é muito importante para o sucesso de um negócio.
Não estou incentivando você a super valorizar seu pro labore, porque estabelecer um valor além do praticado no mercado é tão utópico quanto desvalorizar um profissional do seu gabarito. Além disso, ninguém é obrigado a patrocinar estilo de vida altíssimo de sócio fanfarrão que quer ganhar mais do que realmente necessita. Se por acaso você precisar de um valor maior do que o praticado no mercado, considere sacar o valor faltante como dividendos – se sua empresa permitir. Lembramos que o pro-labore exige pagamento de impostos – como INSS e outros tributos, já os dividendos é livre de impostos, apesar de ser registrado contabilmente.
Estabeleça metas de crescimento ordenadas, porque o quanto antes você conseguir receber um pró-labore correspondente às métricas do mercado, mais próximo da realidade você estará. Isso precisa acontecer porque te livra de algemas para que, no futuro – e se preciso – você contrate alguém no mesmo gabarito para executar sua função, possibilitando que você saia de operação e contribua com seu crescimento – pessoal e empresarial.
O que são dividendos?
Enquanto o pró-labore é o salário dos sócios ou proprietários de uma empresa, os dividendos são retiradas de valores do lucro da empresa. Diferenciar dividendos do pró-labore é essencial para manter sua empresa no universo real. Não se trata de conversa furada ou mimimi, estamos falando de profissionalização, pois seu negócio precisa ser sua prioridade.
Imagine seu negócio como uma fonte que deve sempre jorrar água. Entretanto, vai existir momentos em que essa fonte vai ficar quase seca, jorrando pouca água. Nesse cenário, é preferível que o empreendedor ‘passe um pouco de sede’, ou seja, extraia menos recursos para manter a fonte viva, porque se essa fonte secar, fica difícil contornar a situação.
Muitos empresários colocam a carroça na frente dos bois e deixam suas empresas em riscos. E ainda existem aqueles que transferem a culpa da má administração para alguma crise que o país esteja passando no momento. Infelizmente, quando um negócio vai à falência é por negligência do próprio empresário. Só quem quebra um negócio é o empreendedor que está na frente do negócio tomando decisões erradas.
Quando existem pessoas extremamente competentes capitaneando um negócio dificilmente ele vai falir. O empreendedor vai sim passar apuros, perrengues e diversos momentos delicados, mas quebrar um negócio é muito difícil se existir uma boa gestão, apesar de não ser impossível. E saber como definir pro labore e quando sacar dividendos faz parte de uma boa gestão e de empreendedores que trabalham de forma séria.
Entenda mais sobre a distribuição de dividendos
Voltando ao tema sobre quando sacar dividendos. Bom, os dividendos podem ser sacados conforme determinação da sociedade. Geralmente, os prazos de análise do caixa para saque de dividendos é determinado em um acordo de sócios – um documento que vai atrelado ao contrato social da empresa que define com maestria as obrigações, decisões e deveres de cada um como sócio da empresa.
Portanto, se você não tem um acordo de sócios, recomendo que faça. Já se você é único dono, sugiro que analise com responsabilidade o caixa da empresa para saber quando sacar dividendos. Quem vos fala é um empreendedor que já teve diversos tipos de sócios, desde os que não sacavam dividendos e preferiam reinvestir na empresa (o que é mais viável) até os que queriam sacar dividendos para realizar infinitas ações.
Por isso é importante que haja esse alinhamento de períodos de análise de saque de dividendos. A periodicidade pode ser como os sócios preferirem (anualmente, semestralmente, etc). Também é importante reforçar que se trata de uma análise de possibilidade de saque. Pra você ter uma ideia existem acordos de sócios que estabelecem verdadeiras equações matemáticas para determinar o saldo livre disponível para saque de dividendos.
Haja com responsabilidade, sempre.
A principal dica é sempre ter cautela quando sacar dividendos. Por muitos anos da minha vida eu tirei somente um pró labore. Depois de um tempo consegui sacar dividendos. Na época eu e meu sócio faturávamos em torno de R$ 300.000,00 e fizemos um saque de vinte mil cada, ou seja, não foi um saque de dividendos tão alto, o resto a gente reinvestia no negócio.
Pra finalizar, gostaria de deixar registar que sempre fui conservador nos meus negócios. Já fiz diversas escolhas erradas, mas sempre pensando no crescimento da empresa. Por algumas ocasiões reinvesti em algumas ideias que depois se mostraram não ser os melhores caminhos, entretanto, eu nunca tive ansiedade de sacar dividendos da minha empresa pra minha conta pessoal. Sempre priorizei que a minha PJ enriquecesse porque naturalmente eu, como pessoa física, viria junto.